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Mostrando postagens de março, 2024

A questão da maestria

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J. Tagus (março de 2024)  É provável que ao mergulhar nas diversas tradições o buscador se depare com portas instransponíveis. Terá diante de si "mestres" supostamente detentores de conhecimentos profundos não acessíveis aos reles mortais. Conhecimentos que "só" eles sabem e mais ninguém. Fazem mistério e suspense em torno disso; criam histórias, valorizam ao máximo sua posição de autoridade. Na verdade, nem é um saber tão inacessível assim — talvez pagando o curso ou a bagatela da iniciação, quem sabe? E o véu de Ísis é assim desvelado.

Por uma teoria das maldições

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J. Tagus (janeiro de 2024) No caminho da mão esquerda a vontade pessoal é levada em alta conta. Somos seres racionais — na medida do possível, e está tudo bem —, com sentimentos e desejos. Não abdicamos disso em prol da sujeição a uma outra vontade "maior". Esse comportamento, algo masoquista, é típico dos teísmos de matriz abraâmica. Dar a outra face, pagar o mal com o bem etc. é sua recomendação doutrinária. Em nossa opinião, isso é absurdo. Se devolvemos o mal que recebemos com o bem, como o próprio bem que recebermos será pago? A injustiça salta aos olhos. Tais religiões falham retumbantemente em equacionar as implicações éticas ínsitas a si. Não nos referimos à questão do perdão; pessoas mudam e podem perceber o erro. Uma justiça "implacável", que não admite segundas chances, é irracional e bárbara. Mas é justo e legítimo que os malfeitores empedernidos, que nos fizeram — ou aos nossos entes queridos — algum malefício recebam a devida paga. 

Os três tipos de crescimento

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J. Tagus (dezembro de 2023) A vida como jornada; a "Grande Obra" está por se fazer diariamente. O objetivo do mago — isto é, aquele artista que conscientemente quer impor seu intento ao universo — é buscar seu constante aprimoramento. Em termos junguianos isso implica em integrar o Self, nos tornar o que somos. Sabemos que o "eu", aquilo que se expressa de forma consciente, é pequena parcela nossa. Temos conosco muito mais do que isso e inclusive aspectos pouco lisonjeiros! É a "sombra", aquela parte que não gostamos de enxergar em nós e que preferimos projetar nos outros.